quarta-feira, 29 de junho de 2011

Especialista: Passador ou Chutador?

Parte Final

A escolha da característica do especialista aqui no Brasil tem sido quase que exclusivamente pelo “coringa” passador, tal situação ocorre pela tendência de copiar a seleção brasileira de Handebol de Areia justamente pelos bons resultados que ela apresenta.
Essa dúvida na escolha, a meu ver, não tem razão de existir, levando em consideração a primeira matéria sobre a tomada de decisão do especialista.
Gusmão: arremesso de fora contra o equador

O que ocorre é que o atleta que tem características de ser chutador tende a ser autoconfiante em seu arremesso e acaba optando por chutar várias vezes quando seu companheiro está em melhores condições. Por isso o especialista não pode ter nem um pouco de vaidade, melhor dizendo, nenhum atleta de handebol de areia pode ser vaidoso, se isso ocorrer ele irá levar sua equipe à derrota. Outro fator que favorece essa opção de muitos chutes de fora é o falso espaço que a defesa do beach apresenta e aí, quando o atleta esboça a reação de ir pra o arremesso o deslocamento na areia não é igual ao que se vê na quadra, fazendo com que a defesa chegue ao espaço ao mesmo tempo do atacante. Essa é minha teoria para explicar a vantagem que o especialista passador leva em cima do chutador, a movimentação do especialista por si só já oferece perigo à defesa fazendo com que o seu companheiro fique livre para finalizar, não necessitando da ameaça de arremesso.

O especialista que souber alternar mudanças de velocidades perante a defesa também terá mais facilidade para visualizar qual companheiro de ataque está mais livre para fazer o gol, pode ser mudanças de velocidade e tempos de bola, utilizando ao máximo os 3 segundos que a regra permite.


Terceira conclusão: Não importa se atleta tem características de ser chutador ou passador, o que importa é que ele saiba qual a melhor opção a tomar depois da ação ofensiva e leitura da defesa. A característica do especialista não é essencial para obter êxito, o importante é saber tomar a decisão certa no momento certo.

Especialista: A Qualidade do Passe!

 Parte II


Todo atleta sabe que o passe é um dos fundamentos mais importantes. No handebol de areia esse fundamento ganha uma importância ainda maior e isto acontece por causa da dificuldade de se fazer gols em bolas aéreas e giros.
Gil Pires contra Turquia

Vou me ater principalmente às bolas aéreas, que são as jogadas em que o atleta tem mais visibilidade do goleiro e mais possibilidade de concluir a jogada em gol.
Agora, para que atacante finalize em melhores condições é necessário que o passe seja feito com qualidade. Daí surge uma dúvida: O passe tem que ser padrão parabólico ou específico para cada atleta?

Todo atleta possui uma postura corporal, alavanca para arremessar e altura, por isso o especialista não pode passar do mesmo jeito para todo atleta, por mais que a parábola seja uma trajetória que favoreça a jogada aérea, nem todo jogador transformará a jogada em gol com facilidade e por isso a bola tem que ser passada de modo específico para cada atleta.

O especialista precisa sentir o tempo de bola, conversar e se entrosar com os outros jogadores de ataque. Atletas finalizam melhor com bolas mais altas, outros com bolas mais baixas, alguns com bolas mais rápidas e na frente, outros com bolas lentas e parabólicas. São várias as opções de passe. Cabe também a responsabilidade do jogador que recebe o passe, informar ao especialista a bola que melhor favorece seu arremesso, é um trabalho em conjunto.



Daniel Baldacin contra a Espanha
Segunda Conclusão: O especialista tem que saber colocar o seu companheiro em melhores condições de gol, levando em consideração o melhor passe para cada atleta. 

terça-feira, 28 de junho de 2011

Especialista: Uma Tomada De Decisão!

Depois de cinco anos atuando pela seleção brasileira de handebol de areia, pude aprender muito com os ensinamentos do professor Guerra Peixe e também consegui tirar algumas conclusões.
Estas conclusões publicarei aqui em postagens diferentes.
Camila Ramos contra o uruguai
Parte I

A primeira delas está relacionada com a principal função do jogador que atua como especialista.

Pergunto! Quem nunca se deparou com a situação em que você vai a um determinado restaurante, abre o cardápio e fica na dúvida em qual prato escolher? Pode parecer estranho essa pergunta, mas podemos fazer um paralelo dessa situação corriqueira com o que acontece em todo momento nos ataques do beach handball.

Vejamos:

O ataque encontra-se em superioridade numérica e a defesa ainda tem a preocupação constante com o especialista porque seu gol vale dois pontos, portanto, em todo momento que há uma ação ofensiva existe alguém livre de marcação, e aí é o momento que entra a dúvida do jogador com a bola na mão e que, na maioria das vezes, é o especialista por ser a opção mais adequada de oferecer perigo a defesa.

Eis a comparação: qual prato escolher no restaurante ou o que fazer com a bola na mão?

Essa é a parte difícil para quem joga nessa posição, porque diferentemente da ida ao restaurante, a ação ofensiva para o gol deve ser tomada em milésimos de segundo, isto é, em pouco tempo o atleta tem que ler a defesa para saber qual melhor opção a ser tomada, que invariavelmente são elas: Passe para o lateral esquerdo (aéreo ou para giro), passe para o pivô, passe para o lateral direito(aéreo ou giro) e arremesso do próprio especialista com ou sem infiltração.

Para que essa ação se configure, torna-se necessário que o especialista ataque em diagonal ao lado oposto do pivô, isto porque se ele fizer a ação ofensiva no mesmo lado em que o pivô está posicionado ele estará auxiliando a defesa, fazendo com que um único marcador obstrua a passagem de dois atletas do ataque, acabando com a superioridade numérica. Um bom especialista, tem que ter o raciocínio rápido para poder tomar a decisão mais favorável para facilitar o caminho do gol. O professor Guerra Peixe compara o jogador especialista do beach handball com o jogador levantador do vôlei de quadra, ele escolhe quem vai cortar a bola ou vai passar de segunda.
Manuela Barros em treinamento

Primeira Conclusão: Jogador especialista não pode ser indeciso, precisa tomar a decisão certa em pouquíssimo tempo.

Atletas Convocados para Seleção Brasileira de Handebol de Areia

DIFÍCIL! 


Penso que esta é a palavra certa para responder a pergunta que sempre é feita aos técnicos das seleções Brasileiras de Handebol areia, tanto masculina quanto feminina. Como foi a escolha dos jogadores?


Afirmo com propriedade que essa palavra é adequada para a resposta, porque estive presente no campeonato brasileiro de handebol de areia 2010/2011 e tive o prazer de mais uma vez ser convocado para o seleto grupo que está no topo do mundo na modalidade. Os anos passam e a evolução dos atletas é surpreendente, o nível da modalidade está cada vez melhor e com jogos cada vez mais emocionantes. Isso com certeza é o principal motivo da dificuldade que se apresenta na hora de ter que escolher um grupo pequeno para tantas qualidades.


Muito difícil também, entrar num grupo que atualmente está sempre no pódio, no masculino e no feminino.
Como alterar um grupo campeão? Essa pergunta escuto várias vezes do nosso professor Antônio Hermínio e toda vez que faz-se necessário formar o grupo para treinamento, a dificuldade aparece, novas caras, novos talentos, novas evoluções da modalidade, competição importante, atletas que não podem se apresentar.... tudo isso faz a escolha ser um mistério para quem está na espera.


Atletas brincam, fazem suas apostas, ansiedade toma conta, esperança de uma oportunidade, medo de ficar de fora e, finalmente, a vontade de ser um campeão é a grande meta.


Após duas etapas regionais de alto nível, dia 21 de junho de 2011, foi divulgada a lista com os 32 atletas, divididos entre homens e mulheres, que tentarão vaga para disputar os Jogos Sulamericanos de Praia que será realizado no Equador.



No masculino foram eles:  NAILSON AMARAL, JEFTE LEITE SARAIVA, JARISON RIBEIRO, JADSON FELIX, WELLINGTON DE NOVAES ESTEVES, BRUNO CARLOS DE OLIVEIRA, DIOGO SILVA PEREIRA, JAIME DE SOUZA TORRES, DIOGO SILVA VIEIRA, CYRILLO AVELINO, MARCUS VINICIUS LEMOS DOMINGUES, EMANUEL DE PAULO SANTANA, THIAGO DE OLIVEIRA BARCELOS, THIAGO LUIZ GUSMÃO CLAUDIO, SILAS BRILHANTE, ANDERSON PEREIRA DE JESUS.


No feminino foram elas: RENATA DOS SANTOS BISPO, PRISCILLA ROBERTA ANNES, RENATA DA SILVA SANTIAGO, JERUSA FERREIRA DIAS, NOELIA CARDOSO DOS SANTOS, RENATA CIBELLY MARQUES BATISTA, CAMILA RAMOS DE SOUZA, MILLENA DOS ANJOS ALENCAR, NATALIA MENDONÇA VOSS, NATHALIE SOUSA GUEDES DE SENA, SIMONE DONATO LEANDRO, MILLENA ARAÚJO BRAGA, DARLENE SILVA SOARES, PATRICIA SCHEPPA, ROBERTA GUIMARÃES OLIVEIRA, GILKA BATISTA DA SILVA.


A palavra que deu início ao texto pode ser traduzida em progresso, isto porque, toda vez que nós atletas dificultamos a escolha de uma seleção pela quantidade de bons atletas, é o momento que podemos perceber que nossa modalidade está crescendo. 


Se colocarmos em comparação a lista de atletas convocados para o ultimo mundial na turquia e a lista de atletas convocados agora em 2011, veremos quantas mudanças nós temos. Não que os que estão nessa lista ou na outra são melhores ou piores, muito pelo contrário, isso mostra que nossa modalidade esta cada vez mais aberta para aqueles que querem manter o Brasil no alto do pódio.


Em novembro mais uma etapa de dificuldade vai acontecer, mas não podemos esquecer que o treinamento já começou e quem não estiver pensando assim com certeza vai facilitar de forma negativa a vida da comissão técnica.


Sorte a todos!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Bolsa Atleta 2010: Cadê a Lista??

Hoje, dia 28 de junho de 2011,  os atletas da modalidades não-olímpicas do nosso país encontram-se em total "desespero" e sem estímulo financeiro para continuar firme nos treinamentos para representar o Brasil e seus clubes.

Depois de tantas mudanças e expectativas de melhoras no programa Bolsa atleta, a nossa categoria, a  não-olímpica, ainda não foi contemplada com o benefício e, por enquanto, não temos informações precisas sobre o que está acontecendo e o porquê da demora em publicar a lista com o nome dos contemplados. 

O Ministério do esporte divulgou em seu site que a categoria emergente (não-olímpica) seria também contemplada com este programa tão importante para o desenvolvimento do esporte brasileiro.

A notícia; http://www.esporte.gov.br/ascom/noticiaDetalhe.jsp?idnoticia=6836 destacava as modalidades do panamericano, mas incluía também as categorias não-olímpicas, como podemos ver no trecho da publicação: "Também receberão a bolsa internacional os campeões mundiais das outras modalidades não olímpicas que se inscreverem no Programa. Os recursos sairão dos 15% da verba total do Bolsa-Atleta, de R$ 48 milhões." 

A notícia foi publicada no dia 4 de maio de 2011 e infelizmente ainda não temos nenhuma novidade, a não ser a resposta padrão vinda do ministério:  

"Prezado Atleta,

Conforme noticia divulgada em nosso site em janeiro, a publicação da lista dos atletas de modalidades não-olímpicas será a próxima etapa de contemplação. Ficou estabelecido que os atletas que participaram do pan americano e os campeões mundiais terão prioridade na próxima listagem.
Ainda não temos data prevista de quando sairá a divulgação da próxima lista. O programa Bolsa Atleta trabalha para que isso ocorra o mais breve possível.

Atenciosamente,

Equipe Bolsa Atleta."

Todos sabem que os atletas brasileiros sofrem muito com a falta de incentivo em todos os aspectos, também sabemos que o motor que impulsiona nossos atletas não é a parte financeira e isto pode ser confirmado em qualquer, afirmo com convicção, qualquer modalidade do esporte nacional. O motor que move nossos atletas é o amor pelo esporte, isto ninguém tem dúvida. 

O que acontece hoje, é que o atleta que sai das categorias de base, sai da área escolar e termina faculdade, não consegue mais continuar treinando porque precisa cuidar de suas necessidades materiais e financeiras para constituir uma família. É o triste fim de um ciclo vitorioso que ocorre por necessidade e não por vontade ou por incapacidade física. 

O amor que move nós atletas é tão forte, que nos faz encarar desafios com enormes sacrifícios e mesmo assim, não pensamos em desistir momento algum. O que é importante ressaltar, é que o incentivo financeiro é um prolongador da carreira de atletas vencedores e por isso deve ser encarado com imensa responsabilidade e daí poderemos ver novos talentos se espelhando nos nossos atletas vencedores, fazendo do Brasil uma potência no esporte e um gigante da formação de cidadãos de bem.

  
Esse texto não é uma reclamação ou desabafo, é apenas mais um depoimento de um atleta que sabe o quão importante é o benefício para a prática do desporto e também sabe o quanto foi importante essas novas mudanças ocorridas no programa bolsa atleta com o intuito de ajudar ainda mais o atleta brasileiro.

Continuamos firmes e fortes, certos de que nossa categoria não vai ser deixada de lado, mesmo estando num período de super valorização da modalidades olímpica, diante da eminente chegada das olimpíadas ao nosso Brasil.

Esperamos em breve poder estar aqui divulgado o link com a lista dos atletas contemplados com o bolsa atleta dos esportes não-olímpicos.

SEJAM BEM VINDOS!!

Olá pessoal, 


Tomei a iniciativa de criar este blog para poder ajudar a divulgar o Handebol de Areia Brasileiro e por isso, todas as informações aqui contidas serão exclusivas sobre a modalidade. 


Tentarei, ao máximo, proporcionar a todos mais um espaço virtual com notícias, informações, novidades e também acompanhar as competições espalhadas pelo nosso Brasil e, quando possível, as competições internacionais.


Sejam sempre bem vindos! Aproveitem e se informem!